• EXECUTIVO AUTORIZA CONSTRUÇÃO DO HOSPITAL GERAL DE MAVINGA


    O Executivo angolano autorizou a disponibilização de verbas para a construção e apetrechamento de duas novas unidades hospitalares no país: o Hospital Geral do Cazombo, na província do Moxico Leste, e o Hospital Geral de Mavinga, no Cuando.

    De acordo com o Despacho Presidencial n.º 207/25, de 14 de Agosto, a medida visa reforçar a rede de assistência médica nas recentes divisões político-administrativas, garantindo assim maior cobertura dos serviços de saúde às populações.

    O documento prevê igualmente a construção de acomodações do tipo T0 e T1 para alojamento dos profissionais de saúde destacados para as unidades.

    O valor global das empreitadas foi fixado em 75,9 milhões de euros para o Hospital do Cazombo e 89,8 milhões de euros para o Hospital da Mavinga, incluindo a concepção, construção e fornecimento de equipamentos hospitalares.

    Para assegurar a execução, estão igualmente contemplados serviços de fiscalização, avaliados em 3,7 milhões de euros no Cazombo e 4,4 milhões de euros na Mavinga.

    Segundo o Director do Gabinete Provincial da Saúde do Cuando, Bernabé Baptista, a decisão trouxe grande alegria à população local, uma vez que a província enfrenta sérias dificuldades sanitárias devido à escassez de unidades e de profissionais.

    “Uma unidade de saúde de nível superior, com todos os serviços em pleno funcionamento, vai encurtar significativamente a distância percorrida pela população para aceder a cuidados de maior complexidade”, destacou.

    Actualmente, o Cuando dispõe de 39 unidades sanitárias: 4 hospitais municipais, 29 postos de saúde, 5 centros de saúde (aprovados em 2024 sem dotação considerável) e um centro materno-infantil no Dirico, além de quatro depósitos de medicamentos.

    O quadro de pessoal é composto por 251 profissionais, incluindo 19 médicos (15 ainda em formação), pouco mais de 100 enfermeiros e 21 técnicos de diagnóstico terapêutico.

    Dois médicos cubanos trabalham na província e há planos para receber mais profissionais da missão civil cubana assim que houver condições de habitabilidade.

    Segundo Bernabé Baptista, as maiores dificuldades estão ligadas à falta de vias de acesso, o que limita a distribuição de medicamentos e a deslocação de profissionais para zonas mais remotas.

    O paludismo continua a ser a doença mais frequente, sobretudo nos municípios situados nas margens dos rios Cuando e Cubango.

    O responsável defendeu ainda a necessidade urgente da realização de concursos públicos para recrutamento de mais profissionais, de modo a responder às necessidades dos nove municípios.

    Lembrar que as obras integram-se no Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, alinhado ao Programa 18, que tem como prioridade a melhoria do sistema de saúde, a redução das assimetrias e a promoção de serviços de proximidade e qualidade para as populações.